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Home Saúde

Será que dá mesmo para imitarmos Simone Biles e cuidarmos da saúde mental? – VivaBem

Redação por Redação
3 de agosto de 2021
em Saúde
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O céu ainda não tinha clareado, horário de Brasília, assim como eu não tinha mais clareza de como começar este texto. Até ontem, estava segura de que seria assim: com 31 medalhas em campeonatos mundiais e Olimpíadas, 19 delas de ouro, há uma semana a atleta americana Simone Biles decidiu não competir nas finais de solo da ginástica artística.

Dois dias depois, também abriu mão de participar das disputas de salto e de barras assimétricas. Tudo para preservar a sua saúde mental. Ontem, porém, ela anunciou que iria se equilibrar na trave dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

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Do outro lado do mundo, hoje cedinho, fez o que pode —nem mais, nem menos. Levou o bronze. Do meu lado, também tinha avisado o psicanalista Christian Dunker, que tenho dificuldade para escrever sobre saúde mental.

Estou habituada com temas como o vírus de catapora —pegue um desses e, eu lhe garanto, você não terá um resfriado. Já a dor de barriga pode ser por comida estragada, virose, gastrite, úlcera —opa, se é de nervoso, já complica.

O irônico é que, na cabeça da gente, tudo o que acontece na corpo parece ter uma explicação. Mas o que, em uns, causa tanto sofrimento dentro dela pode não doer com a mesma intensidade para outros. Nem o alívio vem do mesmo jeito para todos. Por isso, a tal da saúde mental escapa das minhas linhas. Mas, sim, eu preciso bancar uma atleta das letrinhas para falar dela.

Afinal, estamos todos pirando de tanto sofrer. Podemos até acusar a pandemia. Mas vamos cochichar aqui: lá no fundo, você não acha que esse tormento vem de antes, não? Quando Simone Biles pede um tempo para cuidar de suas emoções, toda a torcida planetária teve vontade de gritar: “também quero!”.

Pódio por pódio, Dunker lembra que o Brasil é medalhista de ouro em ansiedade e ganha o bronze em modalidade de depressão. Professor titular em psicanálise e psicopatologia do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo) e meu colega como colunista do UOL, em Tilt, ele é também conselheiro do Instituto Cactus, criado em 2019 para prevenir e promover a saúde mental no país, principalmente para mulheres e adolescentes.

Escolha estratégica, na opinião do professor. “As mulheres, vulneráveis aos transtornos mentais, são também as grandes cuidadoras”, observa. “E focar nos adolescentes pode criar gerações mais sensíveis a esses problemas.”

Entre as primeiras iniciativas do Cactus está uma pesquisa ampla, conduzida em parceria com o Instituto Veredas, para colocar todo mundo, digamos, falando a mesma língua, mostrando o que existe de evidência científica e consensos internacionais a respeito de saúde mental. Outro objetivo é fazer a gente justamente falar mais do assunto. E, nesta semana, ele caiu de vez na boca do povo graças à Simone Biles.

Por que a ginasta nos representa

Para Dunker, o caso Simone Biles é representativo em mais de um sentido. “Primeiro, o esporte de competição é a grande metáfora para o mundo do trabalho”, diz ele. “Um mundo organizado por metas a bater, pela ideia de superação de si mesmo, por competitividade inclusive entre equipes, pela valorização de heróis, que seriam aqueles profissionais acima da média.”

Em segundo lugar, vale reforçar: Biles é uma mulher. E negra. “A gente sabe que determinados grupos têm uma vulnerabilidade maior para transtornos mentais, como mulheres, negros, refugiados. Porque, talvez, suas condições de vida favoreçam esses transtornos.” E, desse modo, voltamos ao trabalho ou, se quiser, às escolas. Ou à corrida por likes nas redes sociais. Tudo —me faz refletir Dunker— é criado para ser uma fonte inesgotável de mal-estar.

Mas a mentalidade corrente é que esse sofrimento todo é uma questão moral. Se você não resiste, se você não é forte o suficiente, se não sustenta pensamentos positivos, não tem garra nem engole o choro, ou seja, se não transforma esse sofrimento em mais produção no trabalho ou, vá lá, em melhores notas e sucesso, sinto muito: você está fora do jogo.

“Esse conceito vem dos anos 1970. É aquele de fazer o funcionário sofrer mais. Por exemplo, dê mais trabalho do que ele consegue entregar, com metas inexequíveis. Por que, desse modo, você ganha produtividade”, explica o psicanalista.

A gente se acostumou. E acha que quem não pena é um acomodado que não se desafia. E segue assim até virar um bagaço. Ter um burnout. Sentir uma baita de uma depressão. Concordo.

Mas não sei se concordo que dá para imitar Simone Biles. A ginasta foi, sim, muito valente. Mas tinha cacife. Estava sob holofotes, com bilhões de olhos ao redor do globo admirando a atitude e pronto para penalizar quem a criticasse.

Já na calada de um departamento de RH, para continuar com essa linha de comparação com o universo corporativo, provavelmente a mesma coragem de pedir um tempo seria premiada com um chute para a rua.

Sofrimento mental é invisível. Logo, incompreendido. Eu, você, aposto que todos já vimos alguém ser dispensado para ir para casa por estar com as costas travadas ou uma alergia. Agora, peça para sair mais cedo porque, naquele dia, sua cabeça não está legal e sinta só o clima.

O que faz, então, um sofredor?

“Em geral, ele vai se dopar de substâncias lícitas e ilícitas”, me responde Dunker. “Toma alguma coisa para dormir porque não consegue desacelerar e outra para acordar. Outra para transar ou para sentir qualquer outro prazer. Vivemos uma alquimia, criando paisagens mentais para sobreviver.”

Segundo ele, há 50 anos temos a popularização de uma narrativa de acordo com a qual transtorno mental seria “uma espécie de diabetes que dá na cabeça, bastando repor uma substância para tudo se resolver.”

Bem, não está resolvendo. Estudos mostram que os ganhos de recompensar o cérebro com neurotransmissores costumam cair com o tempo. Para complicar, levantamentos indicam que 70% das prescrições de remédios para depressão, ansiedade e afins não são assinadas por especialistas em saúde mental. Olha o furdúncio armado!

Saúde mental é uma responsabilidade de todos nós

O que aperta de vez o nó na cabeça: embora buscar ajuda profissional tenha um inegável valor, só isso não resolverá o nosso sofrimento, na prática. Não será esse o caminho. Ao menos, o caminho exclusivo.

Entendo isso quando Dunker me conta a respeito uma simulação realizada na Inglaterra, cujo resultado foi o seguinte: “Se levassem todos os especialistas do mundo com formação em saúde mental para lá, ainda assim eles mal dariam conta de dois terços da demanda nesse país.”

Na nossa realidade, a coisa piora. Altamira, no Pará, o maior município do país em extensão territorial, até praticamente anteontem não tinha um único médico psiquiatra, relata o professor. E como faremos então? Cuidaremos uns dos outros. É o que precisamos aprender. Não há mera poesia nisso.

Claro que é importante mapear a saúde mental dos brasileiros e bolar estratégias, além de questionar o modo de vida que levamos. Mas também é essencial criar redes. “Um transtorno mental, seja ele qual for, começa a ficar perigoso para si e para o outro quando a pessoa se isola, com vergonha do que está sentindo ou com culpa.”

Por isso, o melhor é sempre falar com alguém. Assim como sempre é recomendável prestar atenção se tem algo diferente com quem nos cerca. Pode ser com aquele colega que puxa conversa no café. Cuidar da saúde mental é praticamente sinônimo de escuta.

“E, na sequência, se sentirmos que há um problema, devemos incluir quem está sofrendo na tal rede, indicando amigos, profissionais, buscando ajuda em algum lugar”, descreve Dunker.

Vale lembrar que o que funciona para um —uma aula de ioga— não faz nem cócegas em outro. É preciso a paciência da busca —ou melhor, de novo, da escuta.

Aliás, muitas vezes as saídas óbvias podem ser legítimos tiros no pé. “Para mulheres, na nossa cultura, o autocuidado às vezes é interpretado como emagrecer. Ora, se isso é encarado como mais uma obrigação, poderá aprofundar a sensação de fracasso ou estresse”, exemplifica o psicanalista.

Mas guarde: ninguém precisa ser psiquiatra, psicólogo, o ‘cara que entende’ para ajudar no reestabelecimento da saúde mental.

“Talvez não saiba o nome dos transtornos, nem suas classificações. Mas todo ser humano entende profundamente de sofrimento”, diz Dunker.

Portanto, campeã foi mesmo Simone Biles, mais uma vez. Não apenas por saltos e piruetas. E nem só por parar para se olhar. Mas por falar e se dar a chance de ser ouvida —e acolhida. Ganhamos todos nós.

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