Passaporte digital, tecnologia touchless e biometria. Essas serão as formas de embarque para viagens em um futuro bem próximo. A previsão era de que essas tecnologias fossem implantadas nos aeroportos até o final da década de 2020. No entanto, com as restrições estabelecidas nos últimos tempos esse processo foi antecipado.
As pessoas já não se sentem mais seguras para tocar em objetos presentes em lugares públicos e de uso recorrente. É aí que as inovações mencionadas se mostram atraentes, pois é possível embarcar sem que seja preciso ter esse contato físico.
Aeroportos brasileiros já vêm se adaptando a essa nova realidade
No Brasil, os aeroportos de Florianópolis e Salvador já receberam testes do embarque por biometria de reconhecimento facial – nomeado “Embarque + Seguro” pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Realizada em 2021, uma pesquisa da IATA, a Associação Internacional de Transporte Aéreo, mostrou que os passageiros são a favor da utilização de biometria em embarques, principalmente para que seja possível reduzir o tempo de espera nas filas.
No entanto, ao optar pelo uso de uma inovação desse tipo, o grande desafio é garantir a segurança dos dados pessoais. Essa mesma pesquisa da IATA mostra que 56% dos passageiros – mesmo aqueles favoráveis ao uso de biometria – se preocupam com uma possível violação de dados.
No Brasil, temos a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que foi atualizada em 2018 e contribui para que sejam estabelecidas normas seguras pelas companhias que passarem a utilizar tecnologias de biometria digital. Em um artigo bastante completo, a ExpressVPN esclarece quais são os tipos de biometria geralmente utilizados e o que fazer para proteger sua identidade usando essa tecnologia com segurança e garantindo a sua privacidade.
Novas tecnologias adentram aeroportos mundo afora
A tecnologia touchless já foi implantada na pré-viagem nos últimos anos. Exemplos disso são a compra de passagens online, o pagamento por cartões de aproximação e o ticket digital. Entretanto, quando se trata do embarque de passageiros, o uso dessa tecnologia é um movimento mais recente, mas que se acelerou nos últimos dois anos.
O reconhecimento facial é a tecnologia com mais apostas no mercado de viagens. Um estudo da Juniper Research apontou que o uso da biometria de reconhecimento facial deve crescer cerca de 120% até 2025, sendo utilizada por mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. Em seguida vem a biometria de reconhecimento de voz, com a promessa de ser utilizada por mais de 700 milhões de pessoas até o ano de 2025.
Também já existe o One ID, uma solução da IATA para o gerenciamento integrado de tecnologias biométricas, facilitando o reconhecimento e a segurança das identidades. A partir desse uso, cada passageiro terá seu token biométrico de viagem, que funcionará como um passaporte virtual.
Esse token contém informações como reconhecimento facial, impressão digital e/ou leitura da íris. Tudo integrado, para garantir 100% de confiabilidade. Isso também pode ser um caminho para o autoatendimento, fazendo com que o embarque passe a ser um processo muito mais ágil e automatizado, ainda que menos humanizado.
Além do embarque, as tecnologias touchless também podem ser usadas para a checagem de bagagens. A adoção da inteligência artificial para produzir reconhecimentos mais seguros já vem sendo debatida como uma alternativa sustentável. Isso porque dispensa a impressão de tags, além de evitar perdas e extravios.
Para além do aeroporto também será possível ver essas tecnologias na chegada ao destino, como em chaves digitais de quartos de hotéis, reconhecimento facial na recepção e check-in e check-out virtuais. Observando toda essa evolução, pode-se dizer que o futuro touchless já é uma realidade e que o mundo do turismo como conhecíamos antes será definitivamente modificado.
